Na rotina escolar, professores e gestores educacionais estão enfrentando um novo fenômeno: o hábito crescente entre crianças e adolescentes de abreviar palavras ou “cortar” a última sílaba ao falar. Expressões como “Quero um hambúr!” ou “Vou à escó!” são cada vez mais comuns nos diálogos dos estudantes, impactando tanto a comunicação quanto o ambiente pedagógico.
De onde surge essa prática?
ssa tendência, amplamente conhecida como “trend do corte seco”, é impulsionada por influências digitais, especialmente de vídeos em plataformas como YouTube e TikTok. Muitos criadores de conteúdo adotam edições rápidas e dinâmicas, com cortes abruptos nas frases, que acabam sendo replicadas de maneira exagerada por crianças com acesso contínuo a essas mídias.
Além do impacto do consumo digital, essa prática se dissemina rapidamente no ambiente escolar. Um aluno que adota o “corte seco” muitas vezes influencia os colegas, tornando o hábito comum entre turmas inteiras. Isso desafia professores e coordenadores, que precisam equilibrar a orientação pedagógica com a mediação dessa nova linguagem.
Quais os possíveis impactos?
Especialistas em educação e fonoaudiologia têm perspectivas diversas sobre os efeitos dessa prática. De um lado, há o risco de comprometimento no desenvolvimento da linguagem, principalmente em crianças que estão em fase de alfabetização. A perda de clareza ao falar pode dificultar a compreensão, tanto no ambiente escolar quanto em contextos sociais, além de prejudicar a formação de vocabulário e a fluência leitora.
Por outro lado, alguns educadores destacam que, quando bem orientada, essa prática pode ser explorada como uma atividade lúdica para estimular a criatividade linguística. A chave está no equilíbrio e no direcionamento adequado desse hábito, considerando a maturidade dos alunos e o momento pedagógico.
O que a escola pode fazer?
Diante desse cenário, é essencial que a escola adote estratégias para orientar professores e estudantes. Reforçar o uso claro e completo da linguagem em momentos formais, como aulas e apresentações, é uma prática fundamental. Além disso, oferecer atividades que estimulem a articulação verbal, como leitura em voz alta e debates, pode ajudar a contrabalançar os efeitos do “corte seco”.
Ainda, as escolas devem refletir sobre o tempo de exposição das crianças às telas e propor alternativas de interação que promovam o desenvolvimento da comunicação e a riqueza linguística. Isso pode incluir desde palestras para pais sobre o impacto do excesso de telas até o uso de recursos lúdicos e tecnológicos integrados ao ensino bilíngue, como os disponibilizados nos programas da Simple Education.
Conclusão
Esse fenômeno linguístico reflete o impacto da tecnologia no comportamento dos estudantes e desafia as escolas a lidarem com novas formas de expressão. Para professores e gestores, o caminho está em compreender essa tendência, avaliando como ela pode ser transformada em uma oportunidade de aprendizagem. A abordagem estratégica e empática pode transformar o desafio em um trampolim para o desenvolvimento integral dos alunos.